De janeiro a abril de 2021, o registro de boletins de ocorrência na Delegacia da Mulher saltou 50%, sendo 15 por dia
Cerca de 15 boletins de ocorrência são registrados diariamente na Delegacia da Mulher de Maringá. De janeiro a abril desse ano foram 1.761, o que representa um aumento de mais de 50% em relação ao mesmo período do ano passado, cujos registros somaram 1.131.
Esses dados, que refletem o aumento da violência contra a mulher na cidade, fazem parte de debate que será realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Maringá, nesta quinta-feira, 24/06.
A entidade irá discutir sobre a “Importância da Rede de Proteção às Mulheres”. O evento on-line contará com participação da Procuradora da Mulher de Maringá, Ana Lúcia Rodrigues.
Será a partir das 19h, com transmissão ao vivo pelo Canal da OAB Maringá no Youtube. Inclusive o público poderá tirar dúvidas a respeito do tema, enviando perguntas nos comentários do Youtube durante a live.
O evento, organizado pela Comissão do Enfrentamento à Violência de Gênero da Subseção da OAB, será oportunidade também para apontar a importância da Procuradoria da Mulher, criada pela Câmara Municipal de Maringá, neste ano.
A advogada Carolina Cleópatra Codonho da Silva, presidente da comissão, destaca a importância do evento: “Trata-se de uma excelente oportunidade para apresentar a primeira Procuradora da Mulher de Maringá, discutirmos os papeis desse órgão, dos demais que integram uma ampla rede de proteção, além de um ponto extremamente preocupante. Mesmo com todo esse aparato, a violência vem aumentando.”
ANO PODERÁ FECHAR COM MAIS DE 5 MIL OCORRÊNCIAS
Conforme levantamento da Delegacia da Mulher de Maringá, no ano de 2020 foram 3.058 boletins registrados. Nesse ano, se continuar no mesmo ritmo, com cerca de pouco mais de 440 por mês, chegaremos ao final do ano com mais de 5 mil ocorrências, englobando desde crimes sexuais, a agressão, ameaça, entre inúmeros outros.
Recentemente, inclusive, uma mulher e uma transexual foram assassinadas a tiros em sua própria residência, invadida por homens armados.
“Esse é um tema que não se esgota, temos que continuar discutindo, ampliando e melhorando a rede de proteção, e buscando formas de, ao mesmo tempo em que empoderamos as mulheres, damos a elas condições de enfrentar, principalmente por meio da denúncia e outros mecanismos legais, esse tipo de violência”, frisa a advogada.
VEJA AS PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DA PROCURADORIA DA MULHER
• receber, examinar e encaminhar aos órgãos competentes denúncias de violência e discriminação contra a mulher;
• fiscalizar as políticas públicas e os programas municipais para a igualdade entre homens e mulheres;
• zelar pela participação efetiva das vereadoras nos órgãos e nas atividades da Câmara Municipal;
• promover campanhas educativas e antidiscriminatórias;
• cooperar com organismos locais, estaduais e nacionais, públicos ou privados;
• e realizar pesquisas, seminários e demais atividades ligadas ao tema e à representação feminina na política.
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